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29 de mar. de 2011

Dias vão, dias vêm...

Entre dias se delineam os caminhos da vida, sublime e graciosa vida!

"(...) E nestes dias que vão e vêm desejo profundamente olhar para a vida e chamá-la para bailar em meio à chuva fina e fresca que cai lá fora. Desejo me sentar e contemplar os segredos do mar que recua e avança de marés em marés em meio à presença do luar. Quero caminhar como um homem que escreve sua história com a alma e sorriso de menino que não se esvanece, que permanece e me conduz a ir além. E irei além em meus aléns, tendo a convicção que estes dias, aqueles dias e os outros dias serão sempre marcas de um tempo que passa, assim como eu passo e sigo também meu rumo para algo que não tem fim, mas misteriosos recomeços."
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Nós contamos o tempo ou é ele nos conta? Bem, prefiro acreditar que contamos um ao outro, de forma que a vida torna-se uma intrigante e majestosa história onde somos autores, atores e narradores de nossas emoções, escolhas, sonhos, anseios, medos e tudo que move a essência que há em nós.
O grande palco onde se delineia toda esta trama é a grandeza e pequenês do Tudo e do nada, onde cenas únicas se relacionam com a infinidade de outros atores que vivem também suas jornadas em busca do desconhecido, de sua afirmação e distinção em meio à complexidade do cotidiano, de seus desafios e do mais profundo do mistério de seus âmagos.
Majestoso e sublime este pensamento sobre as proezas da vida. Esplêndido sentir a vida como uma brisa que corre na grandeza e complexidade do tempo e espaço. Do tempo de nossos tempos em meio ao tempo que tudo permeia. Espaço que a tudo cerca, tudo engloba e até mesmo mesmo divide, diferencia e aponta o difuso. Encantador ter os dias em meio ao sabor dos sentimentos de começo, de fim, de eternidade, de forma que cada instante, cada momento é único e precioso. Tendo em mente que nada será extamente igual nesta vida por onde se passa a existência. Muito menos nós seremos os mesmos, mas seremos o que se transforma, que muda e que nunca se repete para todo sempre e sempre.
Por que então temer a vida, se ela deseja que a sorvamos com profunda e farfalhosa intensidade? Onde estão os motivos para desistirmos do sonho ou da esperança, mesmo que os fatos sejam contrários? Digo que a esperança é o que nos mantém vivos, pois quando ficamos aquém de seu alcance nos transformamos em mortos andantes, vazios e cinzentos corpos orbitando o nada, indo para lugar nenhum.
Os sonhos são a bússola da alma inquieta, são seu rumo em meio ao grande e tumultuoso mar da existência. Não há garantia de onde nos levarão mas, quando então chegarmos, saberemos o que se passou, valorizando de forma ímpar cada etapa, cada esforço, toda lágrima, toda dor. Assim tudo terá sentidos outros: lágrimas reais, sorrisos verdadeiros, sofrimento compreendidos e, acima de tudo, mais e mais sonhos para o início de novas jornadas.
E nestes dias que vão e vêm desejo profundamente olhar para a vida e chamá-la para bailar em meio à chuva fina e fresca que cai lá fora. Desejo me sentar e contemplar os segredos do mar que recua e avança de marés em marés em meio à presença do luar. Quero caminhar como um homem que escreve sua história com a alma e sorriso de menino que não se esvanece, que permanece e me conduz a ir além. E irei além em meus aléns, tendo a convicção que estes dias, aqueles dias e os outros dias serão sempre marcas de um tempo que passa, assim como eu passo e sigo também meu rumo para algo que não tem fim, mas misteriosos recomeços.

Escrito por Edward de A. Campanário Neto
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