Páginas

17 de jul. de 2011

Perguntas que silenciam...

É urgente a necessidade de nos calarmos diante das questões mais urgentes do ser...
__________________________________________________________

"Num mundo ruidoso existem perguntas que silenciam, que calam a existência e expõem verdades inconvenientes, as quais nos negamos a crer e nos esforçamos ao máximo para enclausurar. Assim, as encobrimos com mentiras inteiras, meias verdades e até mesmo com verdades outras, que ocultam e mascaram o real..."
__________________________________________________________

Você já parou para lançar questionamentos à sua essência, ao mais profundo do ser? Percebe que existem perguntas às quais se negou responder ou sequer imaginou formular em sua consciência? Num mundo ruidoso existem perguntas que silenciam, que calam a existência e expõem verdades inconvenientes, as quais nos negamos a crer e nos esforçamos ao máximo para enclausurar. Assim, as encobrimos com mentiras inteiras, meias verdades e até mesmo com verdades outras, que ocultam e mascaram o real...
O que estamos fazendo de nossas vidas? Qual rumo temos dado aos caminhos que trilhamos? Nomeamos de liberdade uma jornada sem sentido? Declaramos ser felicidade os anseios que contemplam somente ao indivíduo? Taxamos de prisão e monotonia algo com início, meio e fim? A resposta pode se materializar em ilusão, onde subestimamos a existência ou a vestimos de falsidades que trazem aparente conforto...
Em que jardins andam nossas escolhas? Quais são nossas escolhas? Mais importante ainda, por que escolhemos por isto ou aquilo? Onde estão postos nossos "sims" e "nãos"? O que nos leva a dizer sim ou não? A resposta pode ser o ego e nada mais, para então nos encontrarmos em meio à real miséria da alma...
Até onde vai nossa fé? Trata-se de um conjunto de crenças que silencia a ansiedade? É o caminho que conduz ao pensamento de que somos melhores que as outras pessoas? Seria nosso instrumento de poder e julgamento? É a trilha estreita e cinzenta que seguimos somente para corroborar certezas cegas? Um conjunto de práticas que me isentam das  responsabilidades de meus atos ou, pior ainda, os justificam arbitrariamente? A resposta pode ser o grande vazio que existe no coração da humanidade...
E os sentimentos? Somos autênticos com o que sentimos ou dizemos sentir? Os tomamos como rotas inquestionáveis de nossas escolhas, ou refletimos sobre suas consequências sobre nossos próprios caminhos e sobre a vida de quem está à nossa volta? Nos deixamos conduzir pela lógica do prazer individual, ou lançamos olhares na tentativa de conciliar o nosso bem-estar com a felicidade de nossos semelhantes? Afinal, nos consideramos co-participantes da felicidade alheia? As conclusões podem simplesmente estar afogadas num mundo de lodo que criamos para nossa sombria luxúria...
Amor, verdade, justiça... onde se encaixam tais termos em nossa existência? São fronteiras confusas ou inexistentes? Seriam mutáveis ao bel prazer de nossas próprias convicções fúteis e frívolas? Manifestam-se como o caminho mais conveniente e socialmente tolerável para alcançarmos as metas mais egoístas de nosso âmago? A resposta pode ser a de que nunca vivemos em intensidade, mas somente na busca imediata do pouco com destino ao nada, em meio ao incerto e sombrio...
O mundo não precisa exatamente de mais respostas. A humanidade precisa de mais perguntas. Enfim, mais que tudo, precisamos de tempo e reflexão para nos lançarmos a tais perguntas. Precisamos de humildade para nos rendermos ao seu viés libertador. Necessitamos de coragem para domar a sutil fera que há escondida dentro nós.
Silêncio...   

Escrito por Edward de A. Campanário Neto, em silêncio
__________________________________________________________

Nenhum comentário: