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3 de ago. de 2011

Sutilezas de Agosto...


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"Prelúdio da primavera, época de portentosa brotação para que as flores mostrem seu vigor escondido em tom de mistério por todo inverno, na queda de folhas. Ventos como os de agosto, talvez em março... ventos frescos do meandro que povoa a fronteira das estações amenas e quentes."

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Inicia-se mais um Agosto num calendário onde os meses são as fronteiras da memória, da história e do tempo. Passou-se Julho, e a sensação é de que o ano escorre como as chuvas de Março meio às dúvidas e mistérios do por vir, trazendo sensações de um dezembro que se antecipa para um ciclo e que se encerra e outro que se inicia.
E assim segue a vida. Nos termos de Agosto, visto com desgosto entre tantos, tento nele me inspirar e me lançar à poesia. Sim, mo mês que tem em si o desfecho do inverno e a fronteira às portas da doce primavera de Setembro, me permito a entrega aos seus ventos vívidos e amenas brisas no amanhecer.
Prelúdio da primavera, época de portentosa brotação para que as flores mostrem seu vigor escondido em tom de mistério por todo inverno, na queda de folhas. Ventos como os de agosto, talvez em março... ventos frescos do meandro que povoa a fronteira das estações amenas e quentes.
Agosto tem suas sutilezas que sempre vêm ao meu encontro. De forma única, sou conduzido às mais profundas reflexões do ser, embaladas por seus ventos que entoam canções suaves no ar frio da manhã e úmido ao fim das tardes, nem tão frias, longes de serem vazias em meu coração.
E o que dizer e esperar do grande ciclo de renovo que se revela em Agosto? Poeticamente ele me inspira e me convida a observar a graça de como tudo se refaz. À sua maestria na grande orquestra da vida o vazio persistente se veste de um verde de esperança, lançando sonhos sobre as flores que também serão sonhos de borboletas que virão.
 Perdido nos meus deleites, nada de desgosto há. Resta-me a contemplação dos ciclos que vão e vêm nesta sina que aos poucos me constroem e me dizem o que sou, de onde vim e para onde vou. De doces sutilezas este Agosto de muitos que passaram e muitos outros que virão, vou saboreando o gosto da existência.
Com alma de poeta vou tecendo meus versos num palco onde o verde esconde galhos secos e retorcidos. A vida explode da morte que, na verdade nem morte era, mas somente vida que adormecia. E assim eu também desperto como de um grande sono, percebo que nem tudo se perdeu ou está perdido. Compreendo neste meu Agosto com gosto de recomeço a grandeza e mistério do tudo, do nada e de alguma coisa mais. 

Escrito por Edward de A. Campanário Neto

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O modo como lançamos olhares para a vida é o que faz a diferença, seja Agosto ou não...
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Um comentário:

suavidade disse...

E que venha agosto!!!
Com toda sua intensidade...