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Inicia-se
mais um Agosto num calendário onde os meses são as fronteiras da memória, da
história e do tempo. Passou-se Julho, e a sensação é de que o ano escorre como
as chuvas de Março meio às dúvidas e mistérios do por vir, trazendo sensações
de um dezembro que se antecipa para um ciclo e que se encerra e outro que se
inicia.
E assim segue
a vida. Nos termos de Agosto, visto com desgosto entre tantos, tento nele me
inspirar e me lançar à poesia. Sim, mo mês que tem em si o desfecho do inverno
e a fronteira às portas da doce primavera de Setembro, me permito a entrega aos
seus ventos vívidos e amenas brisas no amanhecer.
Prelúdio
da primavera, época de portentosa brotação para que as flores mostrem seu vigor
escondido em tom de mistério por todo inverno, na queda de folhas. Ventos como
os de agosto, talvez em março... ventos frescos do meandro que povoa a
fronteira das estações amenas e quentes.
Agosto tem
suas sutilezas que sempre vêm ao meu encontro. De forma única, sou conduzido às
mais profundas reflexões do ser, embaladas por seus ventos que entoam canções
suaves no ar frio da manhã e úmido ao fim das tardes, nem tão frias, longes de
serem vazias em meu coração.
E o que dizer e esperar
do grande ciclo de renovo que se revela em Agosto? Poeticamente ele me inspira
e me convida a observar a graça de como tudo se refaz. À sua maestria na grande
orquestra da vida o vazio persistente se veste de um verde de esperança,
lançando sonhos sobre as flores que também serão sonhos de borboletas que
virão.
Perdido nos meus deleites, nada de desgosto
há. Resta-me a contemplação dos ciclos que vão e vêm nesta sina que aos poucos
me constroem e me dizem o que sou, de onde vim e para onde vou. De doces
sutilezas este Agosto de muitos que passaram e muitos outros que virão, vou
saboreando o gosto da existência.
Com alma de poeta vou
tecendo meus versos num palco onde o verde esconde galhos secos e retorcidos. A
vida explode da morte que, na verdade nem morte era, mas somente vida que
adormecia. E assim eu também desperto como de um grande sono, percebo que nem
tudo se perdeu ou está perdido. Compreendo neste meu Agosto com gosto de
recomeço a grandeza e mistério do tudo, do nada e de alguma coisa mais.
Escrito por Edward de A. Campanário Neto
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O modo como lançamos olhares para a vida é o que faz a diferença, seja Agosto ou não...
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Um comentário:
E que venha agosto!!!
Com toda sua intensidade...
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