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13 de jan. de 2012

Sobre a vida...

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"A vida é feita de despedidas; enquanto elas não chegam, façamos de cada momento algo eterno, eterno no sentido de que seja genuíno e profundamente intenso enquanto durar... " 

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Sobre a vida...

Não sei exatamente o que pensar sobre o sentido da vida, a não ser no sentido que se revele sutilmente em algo que se constroi longe de uma essência pré-definida e marcada por verdades superiores e caminhos inatingíveis pela humanidade. 

Negando um conceito de destino, me arrisco a dizer que o sentido que há para a existência não passa daquilo que se edifica gradualmente em uma jornada de aprendizado com data de início e fim, ainda que não sejamos conhecedores de nosso derradeiro pensamento, suspiro e mover do coração. 
Em meu ser, quando evoco a palavra sentido, me desfaço de termos que negam o poder das escolhas, da vontade e do desejo que emana dos corações, o que de fato representa a marca da existência. Longe de qualquer lógica transcendental, vislumbro o sentido da vida como algo extremamente simples e, por assim ser, mais ainda complexo; tão perto e tão longe de todos nós.
A vida é bela, vestida de desconhecido; ora feita de luz ou sombras, névoas ou ventos primaveris. A vida é feita de despedidas; enquanto elas não chegam, façamos de cada momento algo eterno, eterno no sentido de que seja genuíno e profundamente intenso enquanto durar...  A meu ver, se existe algo que se aproxime de um sentido para tal emaranhado de emoções, histórias e vidas que bailam num grande e indecifrável palco, talvez seria a intensidade de aproveitá-la em sua magnitude: única, diversa e sublime.
E para tal sentido não precisamos nos perder em brumas de falsas verdades e caminhos impossíveis, inatingíveis. É evidente que viver tem seus percalços, suas dores e lamentos. A própria vida tem um fim em si que, mesmo adiado pela vaidade da mente e produção humanas, sorrateiramente vem a todos e virá. Pessimismo? Creio que não, mas somente um tanto de razão, luz esta em nossa consciência capaz de nos proporcionar escolhas, proporcionar sentido, vários sentidos.
Insisto que aí está o grande segredo das pessoas verdadeiramente felizes: são livres dos medos e amarras, não negam suas mazelas ou as vestem de ilusão, possuem a percepção de que a vida é vivida somente uma vez para sempre, num sempre que se faz a cada dia. Isto seria meu ideal de sentido, essências que se fazem e refazem nos emaranhados. Para tal basta se viver um dia de cada vez, buscar as coisas simples que não podem ser roubadas ou usurpadas. 
Amor em inteireza, doação, desapego... caminhos para uma vida que se renova e se completa em ciclos longe de uma sina vazia em torno de perfeições, que perdurá na memória de vidas que buscarão seus próprios sentidos. E pensar tudo isto não me faz temer a morte, não me faz negá-la, mas tão somente aceitá-la sem maiores preocupações; me faz amar mais intensamente a vida...

Escrito por Edward de A. Campanario Neto


Um comentário:

Fafá disse...

Parabéns pela lucidez fantástica ao escrever sobre o sentido da vida. Linda e simples, deveria ser vivida por nós em sua plenitude, de forma também simples, sem complicações.