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1 de abr. de 2011

Amores, laços, nós...



A verdade é que o nosso amor era uma corda arrebentando...
...uma corda pequena demais para se dar um nó!

Renata Zonatto*
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Fico a pensar nos laços da vida. Somos um emaranhado  de sonhos e projetos que se entrelaçam, se amarram, se prendem, se soltam... Tudo isso compõe as necessidades daquele vasto mundo que há em nosso ser, apontando, de formas sadias ou não, nossa interdependência em relação ao outro.
Em meio às amarras da existência temos diante de nós também desafios, inícios, fins e recomeços. Mediante aquilo que nos cerca, criamos nosso mundo através das reações que delineamos e dos olhares que nos atrevemos ou não a lançar sobre a existência em sua plenitude, essência e canção que atudo permeia.
E refletindo sobre a vida e suas surpresas, suas mudanças, sou levado a crer que o amor é a essência que tudo criou, que tudo mantém e que a tudo dará um fim com sabor de recomeço. Tal fim clama também para a frieza dos fatos, trazendo a noção não tão bela, mas real, de que certos amores não duram para sempre ou não durarão. 
Nem sempre haverá nós para nos manter firmes naquilo que nos fere no ato de amar. Nem mesmo os belos amores estão livres do rompimento das cordas que os mantêm. Às vezes juras eternas ao ser amado se desvancem em palavras como "eu enjoei de você", "quero novas experiências", "eu me enganei", "eu nunca te amei de verdade", entre uma infinidade mais de brumas frias e sombrias em formas de palavras que brotam dos mais misteriosos e confusos abismos do coração.
Assim chego à conclusão de que sou um verdadeiro idealizador da vida, mas que insisto em firmar meus pés sobre a solidez da realidade. Muitas vezes esta realidade será estranha, causará dor, mágoas, trará lágrimas, mas, ainda assim, será o real, a perspectiva além da mera ilusão, que é capaz de somente intensifcar o sofrimento para um futuro não tão distante. 
Diante de tudo isso, amores, laços, nós, começos, fins e recomeços, elevo meu pensamento não para o medo do que possa me ocorrer, mas sim com o zelo de que eu não me torne aquela parte da corda que está se arrebentando por podridão, escolhendo não manter o nó... 
* Extraído do post "Sem nós", do blog Leve Impressão, de autoria da inspiradora Renata Zonatto

Escrito por Edward de A. Campanário Neto
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