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14 de abr. de 2011

Os termos da vida

O silêncio que permeia o coração ao longo do tempo traz as mais belas reflexões sobre os termos da vida

"E ainda divagueando nestas minhas palavras que me dão pistas dos grandes mistérios existenciais, elevo minha compreensão da jornada da vida em termos que se comparam com uma história, onde somos co-autores com o Criador. Em suas páginas se ergue o aroma do desconhecido, permeado pelo sabor do que já foi intensamente vivenciado. A vida revela-se, então, como um livro, enredo onde as palavras se tornam cativas na escrita e livres, infinitamente livres, até onde possam alcançar os pensamentos..."
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Depois de tanto escrever e divaguear no mundo das palavras, confesso que me perdi em relação a alguns termos ou significações. Já não sou aquele jovem que tinha respostas prontas e certezas inabaláveis, termos concretos e absolutos para definir a essência das coisas, das palavras e de meus próprios caminhos e desejos.
À medida que o tempo passou à minha volta, passou também um mundo dentro de meu ser. Lá dentro, bem nos fundamentos de minha existência, ocorreram mudanças essenciais e, por assim dizer, vitais para que eu deixasse meus olhares superficiais, muitas vezes, ocos na complexidade dos rumos em que se engendram a vida, os sentimentos e as próprias mudanças e surpresas que nos levam ao novo ou desconhecido.
Por vezes imaginei que a ausência de certezas seria algo ruim, mas, apreendendo e refletindo sobre as experiências proporcionadas pela vida, passei a ter tal princípio como uma humildade em meu ato de refletir sobre o que cerca, me move, me comove e que me leva a mover minhas próprias peças no tabuleiro da existência. 
Assim, percebo que a vida é muito mais que fôlego, que matéria. A vida é como uma torrente que se desloca das fontes profundas do divino e da eternidade. É também poesia, graça, emoção e sonhos. Pode-se dizer que é um bem tão precioso que está acima de quaisquer termos ou definições humanas ou teóricas. Tal grandeza é tamanha, que irrompe de toda razão e da própria emoção, se lançando em meio ao infinito, à esfera que pertence ao conhecimento pleno divino, que a arquitetou em seus mistérios e belezas insondáveis.
E ainda divagueando nestas minhas palavras que me dão pistas dos grandes mistérios existenciais, elevo minha compreensão da jornada da vida em termos que se comparam com uma história, onde somos co-autores com o Criador. Em suas páginas se ergue o aroma do desconhecido, permeado pelo sabor do que já foi intensamente vivenciado. A vida revela-se, então, como um livro, enredo onde as palavras se tornam cativas na escrita e livres, infinitamente livres, até onde possam alcançar os pensamentos... 
Os termos da vida são também as próprias fronteiras de cada coração, em compasso com o ritmo eterno que pulsa do amor que criou cada parte ínfima ou grandiosa de tudo que há. E este amor não cessa e jamais cessará, ainda que nossos corações se percam em meio às mazelas as quais somos sujeitos ou nos permitimos sujeição. 
Enquanto caminho e trilho minha jornada, vou tecendo reflexões sobre os termos desta existência. Nunca terei todas as respostas, nunca haverá verdades absolutas, mas sim uma plenitude que me eleva a abandonar minhas futilidades e conceitos que me afastam das coisas que verdadeiramente importam e fazem sentido. E, de tudo isso, sou conduzido a dizer que o sentido que há está tão longe do glamour, do egoísmo, da fama, do poder, das riquezas. O sentido real, por fim, está no sorriso das crianças, na sabedoria dos idosos, no amor aos semelhantes. Os momentos mais preciosos? Não, não o restaurante de luxo, as roupas de grife ou os mais caros objetos. Penso que a preciosidade está naquelas tardes de café com minha avó, no aconchego de meus pais, na beleza do sol que se põe ao horizonte, nos ventos de Setembro e em tudo mais que me aponta que não sou suficiente por mim mesmo, que preciso amar e ser amado, que preciso estender meus olhares e pensar sobre os termos da vida para além da frieza que assola a humanidade...

Escrito por Edward de A. Campanário Neto
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Um comentário:

suavidade disse...

A vida é algo que se renova sempre...
As vezes várias vezes ao dia...
Algo sempre inacabado...
*-*