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18 de fev. de 2011

Reflexões sobre o medo

O medo, assim como qualquer sentimento, tem um novo significado após reflexão sobre seu poder sobre nós

"Somente uma reflexão constante sobre nossos passos será capaz de nos situar no patamar ideal quanto ao medo, de forma que ele perca seu viés sombrio e destrutivo e assuma seu real caráter de intuição que aprofunda as ações e conserva o ser dos riscos à sua volta. Esta atitude é fundamental para alcançarmos a percepção de que muitos de nossos medos são inúteis e que até certas coisas que ignoramos deveríamos passar a temer de forma sensata, chegando então ao equilíbrio entre os fatos e a potencialidade dos fatos, uma arma essencial para vencer a ansiedade tão presente em nossos dias."
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Todos nós temos medos, áreas mal resolvidas ou questões que simplesmente fazem estremecer a tranquilidade de nossas almas. Sendo assim, não há porque crermos em uma sina ou momento em que nos elevaremos sobre a existência de forma que sejamos invencíveis ou inabaláveis diante dos fatos. Cedo ou tarde nossa suposta força sempre é posta à prova mediante acontecimentos novos ou através daqueles mesmos fantasmas e crises que vão e vêm em meio ao curso da vida. 
Mas, ao pensar sobre o medo, faz-se também necessário refletir sobre a consistência daquilo que tememos e, acima de tudo, ponderarmos sobre as reações e significados que lhe conferimos. É preciso perguntar quais são os temores que nos afligem, por que nos afligem e, por fim, até onde faz sentido alimentarmos certo pavor. 
Somente uma reflexão constante sobre nossos passos será capaz de nos situar no patamar ideal quanto ao medo, de forma que ele perca seu viés sombrio e destrutivo e assuma seu real caráter de intuição que aprofunda as ações e conserva o ser dos riscos à sua volta. Esta atitude é fundamental para alcançarmos a percepção de que muitos de nossos medos são inúteis e que até certas coisas que ignoramos deveríamos passar a temer de forma sensata, chegando então ao equilíbrio entre os fatos e a potencialidade dos fatos, uma arma essencial para vencer a ansiedade tão presente em nossos dias. 
Ainda que seja algo a ser desejado, o equilíbrio sobre o medo é um verdadeiro desafio. Os conceitos e caminhos que levam à sua apropriação envolvem um sem número de questões e valores muito profundos em relação à nossa essência e constituição tanto sentimental quanto biológica. 
Analisando sobre este âmbito, rememoro os momentos em que não há razão clara para temer e, mesmo assim, o coração acelera, as mãos suam e tremem e se perde a calma. Do mesmo modo, há também os momentos onde o corpo simplesmente emudece em meio ao turbilhão de pensamentos, sensações e angústias. 
E assim percebemos as variações de sensações e tipos de medo em cada indivíduo. De acordo com suas manifestações, constatamos, então, a existência de medos próprios ou adquiridos, que perpassam medos reais ou medos ilusórios, que, por sua vez, engendram a propriedade de muitos outros temores com especificidades claras. 
E em meio a uma infinidade de acontecimentos e uma complexa constituição interna, somos convidados diariamente a reagir e vencer nossos próprios temores. É óbvio que não haverá nunca uma vitória definitiva contra nossos pavores, mas o caminho aprazível se revelará pela via que constata o medo em tempo útil e lhe dá a significação de que o vital é não permitir dominar-se pelos assombros de nossa alma que, cedo ou tarde, pairarão sobre nossa jornada.

Escrito por Edward de a. Campanário Neto
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2 comentários:

Unknown disse...

Nossa... Você escreve muito bem, me inspirando em 3,2,1...

Unknown disse...

Nossa... Você escreve muito bem, me inspirando em 3,2,1...