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3 de nov. de 2010

Dilma Rousseff: a 1ª mulher presidente do Brasil

 
Dilma será a primeira presidente mulher do Brasil, inaugurando uma nova era da inserção da mulher no espaço social

"Se a tendência antes de 2010 era elevação do sexo feminino no cenário social, a eleição de Dilma Rousseff acelerará ainda mais este processo, o que será muito benéfico para o Brasil. Já em seu primeiro discurso a presidente deu mostras da realidade e relevância do tema, lançando palavras que, com toda certeza, serão um divisor de águas na história das mulheres brasileiras:"

Despois de uma longa e acirrada disputa eleitoral, marcada por acusações de todos os lados, enfim o Brasil foi às urnas e fez valer seu desejo. A candidatura vencedora foi a de Dilma Rousseff, coroando o anseio por continuação do governo de base popular do presidente Lula. Eleita com votação expressiva, ela traz consigo o apoio do presidente com maior aprovação na história da política nacional e o mérito de ter sido a primeira mulher a ocupar o cargo mais importante do país.
Independentemente de visões políticas e partidárias, o fato do Brasil ter aprovado pelo voto a condução de seus rumos aos cuidados de uma mulher já mostra-se algo extremamente louvável. Desde o ingresso das mulheres ao simples direito ao voto, pelas mãos de Getúlio Vargas, podem ser contadas inúmeras conquistas para o público feminino, que agora se materializaram como um fato novo e bandeira nova para defesa da competência e importância social da mulheres.
Isso revela um amadurecimento expressivo da população brasileira. Mostra, também, em uma macro-estrutura, o que ocorre já há bastante tempo na micro-estrutura de milhões de lares, onde as mulheres agem como gestoras competentes e aguerridas. Fato é que a sociedade formatada nas últimas décadas é uma sociedade claramente matriarcal em alternativa à irresponsabilidade de pais que abandonaram seus lares ou de outros que simplesmente faleceram.
Indo além do cenário familiar, é brilhante também o desempenho das mulheres no mercado de trabalho, onde já se relevam tendentes a se tornarem majoritárias em 2030, ultrapassando o número de homens empregados. O interessante nestes dados é que as mulheres têm demonstrado extrema competência e garra, chegando a compor filões que vão desde a construção civil até os cargos executivos mais almejados e bem remunerados. Tudo isso vem para desmontar de vez o dilema do sexo frágil e da falta visão estratégica com que, muitas vezes, as mulheres são vistas pelos homens.
Contra fatos não há argumentos! As mulheres entraram tardiamente no mercado de trabalho mas, mesmo assim, tiveram desempenho proporcional superior ao do sexo masculino. Elas estudam mais, escolhem com mais responsabilidade, planejam a longo prazo... um repertório que tem rendido posições elevadas e destaque na avaliação de institutos como a FGV (Fundação Getúlio Vargas) e IBGE.
Se a tendência antes de 2010 era elevação do sexo feminino no cenário social, a eleição de Dilma Rousseff acelerará ainda mais este processo, o que será muito benéfico para o Brasil. Já em seu primeiro discurso a presidente deu mostras da realidade e relevância do tema, lançando palavras que, com toda certeza, serão um divisor de águas na história das mulheres brasileiras: "Eu gostaria muito que os pais e as mães das meninas pudessem olhar hoje nos olhos delas e dizer: ‘Sim, a mulher pode’. A minha alegria é ainda maior pelo fato que a presença de uma mulher na Presidência da República se dá pelo caminho sagrado do voto, da decisão democrática do eleitor, do exercício mais elevado da cidadania."
O desejo que fica diante do potencial gerado pela vitória de Dilma é que as mulheres alcancem o reconhecimento que lhes foi roubado ou ignorado ao longo das décadas. É esperado também que este se materialize em mudanças reais no mundo do trabalho, onde, infelizmente, mulheres tem seus salários abaixo da renda de homens que ocupam os mesmos cargos, apontando para a única e terrível "explicação" o preconceito.
Como um aguerrido admirador das mulheres, eu desejo para Dilma Rousseff um governo que explicite, de uma vez por todas, suas palavras, que clamam para o fato de que, ‘Sim, a mulher pode’. Eu confio na força da mulher e na tese de que um Brasil com respeito e inserção adequada do sexo feminino criará uma nação mais justa e mais igualitária.
 
Escrito por Edward de A. Campanário Neto

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