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12 de nov. de 2010

Estar só

Estar só. Um sentimento dúbio, real e extremamente carente de reflexões


Lá estava ela, ajoelhada com as mãos no rosto,
os olhos vermelhos de tanto chorar.
O mundo parecia ter desabado sobre a sua cabeça,
e realmente desabara, pois a chuva lá fora era tanta que na certa já teria destruído as plantações.
Levantou-se...caminhou até a varanda...olhou em volta, percebeu que daquele momento em diante estaria sozinha!

Extraído do post "Sozinha", do blog Leve Impressão, de Renata Zonatto

Existem momentos em nossas vidas que são marcados por grandes desafios e problemáticas. Muitas vezes olhamos à nossa volta e temos a sensação de que o mundo realmente desabou em nossas cabeças. E, nestas horas, a busca por respostas clama de dentro de nosso ser, abrindo um espaço fértil em potencialidades para estarmos conosco mesmo.
Esse processo é bastante interessante e até mesmo um pouco raro para algumas pessoas.Infelizmente olhamos para nós com clareza somente quando nos perdemos nas trevas do mundo real que nos castiga, nos oprime, nos entristece. Justamente por este motivo é que há tanta confusão entre solidão e introspecção, pois a sociedade que nos envolve não aceita ou tolera que se reflita sobre as ações, as razões e porquês de ambas. O imediatismo está se tornando o senhor de nossas vidas, nos exigindo respostas impensadas e reações automáticas.
Estar só não é o mesmo que ser ou estar solitário. Não. Estar só é retirar-se de forma sadia  para um lugar onde a grande parte das influências que nos impedem de enxergar como verdadeiramente somos somem, se desvanecem. É geralmente ali que admitimos nossos próprios enganos, mentiras e fantasias que criamos. Isso mesmo! Percebemos que não somos tão jovens, que nos excedemos, que fomos faltosos, que poderíamos ter feito um pouco mais.
Seria muito bom se não precisássemos que as chuvas de tormento se tornassem o caminho para o momento de sentarmos, enfrentarmos nossas dores e superarmos os desafios e labirintos de nossa alma. Seria muito se aproveitássemos os dias de sol e luz, à brisa fresca e aos aromas primaveris, para estarmos a sós, a sós conosco mesmo, aprendendo sobre a vida. Afinal, antes de estarmos com nossos semelhantes, se faz necessário estamos com nosso próprio ser.

Escrito por Edward de A. Campanário Neto

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