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11 de nov. de 2010

Os labirintos da alma

Nestes labirintos sombrios e tenebrosos é que superamos nosso próprios desafios
Venha perscrutar os labirintos da alma e exorcizar aquilo que há de mais sombrio dentro de seu ser

Em meus momentos de dúvida suas portas se abrem no mais profundo de meu ser
Surgem diante de meus olhos como escolhas para sanar minhas misérias
Encantam-me com seus vigorosos e tão alinhados caminhos
São rotas múltiplas e diversas para vários mundos dentro de mim
*

Ao início sempre me vislumbro com a beleza e liberdade das múltiplas entradas e saídas 
Vasculho salas e câmaras, abro portas e janelas
Quando percebo vejo que estou nos meus enganos
Torno-me vítima dos labirintos da alma
*
O que antes me eram escolhas agora são ameaças e armadilhas
Estou perdido e confuso, andando ao vazio tão denso que há em meu ser
Por entre as retas e curvas sou um vulto errante e solitário
Tudo isso por subestimar os conflitos ocultos que a todo instante tentam me dominar
*
Ainda não aprendi que andar sozinho dentro de mim é perigoso
Ignorei aquela parte do meu ser para que me dizia para tomar cuidado
Cuidado para não me perder-me nos labirintos da alma
Labirintos estes que revelam verdades inconvenientes e facetas estranhas
*
Agora encontro-me com o espanto marcado em minha face
Como uma sombra meu ego arrogante me persegue
Fujo em temor do espectro da ilusão que tenta me seduzir
Pasmo diante da massa viscosa e cinzenta que escorre pelas paredes
*
As paredes se elevaram e tornaram muros altos e impenetráveis
Os caminhos de distorcem no tempo e no espaço
As escadas enrolam-se como serpentes
Portas agora são ferrolhos de bronze frio e surdo
*
Por entre os labirintos da alma sigo em lágrimas
Atrás de mim vagam vultos de meus pecados
São como almas perdidas de minhas dores e decepções
Lá não há tempo, nem vento: só lamento
*
E neste meu lamento procuro uma saída
Procuro a porta que sempre me resta como recurso
A porta que nunca se fecha e que ninguém além de mim pode abrir
Ela leva à iluminada câmara onde guardo meus preciosos bens
*
Lá não há riquezas materiais ou tesouros passageiros
Nela estão minhas certezas inabaláveis e rumos de confiança
Há um mapa de sonhos e uma bússola de esperança
São frutos conquistados pela crença na vida
*
Sei que abrirei aquela tão ornamentada porta
Sim, eu vencerei os labirintos da alma
Tenho a certeza que ainda que me perca outra vez
Haverá sempre uma porta de saída, um caminho de salvação

 Escrito por Edward de A. Campanário Neto

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