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4 de nov. de 2010

O fascínio de Hitler

 
O ditador que conduziu ao extremo sua loucura nazista arrastou toda uma nação para o fanatismo político e toda a Europa para uma grande guerra

"Mesmo sendo um líder político dotado de grande inteligência, certa competência e cercado de grandes estadistas, Hitler sucumbiu ao domínio de suas crenças fanáticas nos pilares do nazismo, que tomou emprestado conceitos significativos de teorias eugênicas e do ocultismo dos séculos XVIII e XIX. Este fanatismo intensificou a opressão e violência de seu governo ditatorial, refletindo inúmeras decisões que viriam a levar o novo estado alemão ao fracasso total e ao massacre extremo de negros, judeus, deficientes e testemunhas de Jeová."

Olhando para a ascenção e queda do ditador alemão Adolf Hitler, surge um mistério em torno de sua figura. Afinal, o que o levou a desencadear sua doutrina nazista, racista e opressora ao extremo de suas consequências? Questão ainda mais intrigante, o que fez a Alemanha seguir quase cegamente ao seu domínio e governo?
Creio que questões como estas nunca serão completamente respondidas, já que as justificativas históricas possuem muitas vertentes e envolvem debates que vão desde política e economia até ao campo religioso, onde alguns defendem que Hitler era  guiado por um espírito maligno, além de contar com o fato da permissão divina para provação ou castigo do povo judeu.
Indo além de especulações e se atendo aos fatos, fica bastante evidente que Hitler teve uma sólida atuação política, o que culminou com sua escalada ao poder. Como membro do partido nazista, Hitler teve um histórico de forte idealismo político e ferrenho nacionalismo, se postando de forma incisiva contra as obrigações que a Alemanha tinha que cumprir economicamente para arcar com os custos da primeira guerra mundial e suas consequências na Europa.
Este cenário levou Hitler a uma tentativa de golpe de Estado em 1923, que terminou em fracasso e prisão, no ano de 1924. Estando preso por um período de 06 meses, ele escreveu o primeiro volume do livro Minha Luta, que ganhou um segundo volume após sua libertação, tornando-se o referencial para a difusão do pensamento nazista e da ascenção absoluta do ditador como líder quase incontestável da chamada Grande Alemanha já no ano de 1934, através de um novo golpe de Estado, este bem sucedido.
Já no poder, Hitler fez profundas mudanças econômicas e políticas, realizando um verdadeiro saneamento do Estado alemão aos seus moldes, o que trouxe uma melhoria expressiva da grave crise inflacionária que varria o país. Tão logo este fator referendou sua figura como grande líder para os alemães, que o seguiam aos milhões em um sentimento quase de adoração.
Mesmo sendo um líder político dotado de grande inteligência, certa competência e cercado de grandes estadistas, Hitler sucumbiu ao domínio de suas crenças fanáticas nos pilares do nazismo, que tomou emprestado conceitos significativos de teorias eugênicas e do ocultismo dos séculos XVIII e XIX. Este fanatismo intensificou a opressão e violência de seu governo ditatorial, refletindo inúmeras decisões que viriam a levar o novo estado alemão ao fracasso total e ao massacre extremo de negros, judeus, deficientes e testemunhas de Jeová.
Firmado na crença superior da raça alemã ariana, Hitler iniciou uma série de invasões aos países vizinhos e tomada de seus territórios. A fábrica de guerra alemã, impossibilitada de operar desde 1918, havia se tornado uma das mais poderosas do mundo, encabeçando ofensivas estratégicas que marcaram a história, deixando um rastro de destruição e, de certa forma, de habilidades táticas impressionantes.
Pouco a pouco os inimigos sucumbiam à força de Hitler, mas a intensificação de seus sonhos anti-semitas, anti-comunistas e ideais nazistas fizeram com que confiasse no que ele mesmo denominava a providência divina. O resultado foi o fim do tratado de paz com a União Soviética e a adoção de táticas militares impossíveis a olhos humanos, que levaram à morte e prisão de milhares de soldados do exército alemão.
Hitler também sofreu ferrenha oposição clandestina, mas as mais de 40 tentativas de assassinato fracassaram, sendo que várias tiveram um desfecho quase milagroso, o que sustentava com ainda mais força o conceito pessoal de Hitler com a suposta providência divina como sua aliada. A mais célebre de todas foi a denominada Operação Valquíria, que, por muito pouco, não atingiu seu objetivo de matar o ditador em seu próprio QG com o uso de uma bomba.
Aos poucos a própria loucura de Hitler isolou a Alemanha contra inúmeras frentes de batalha, destroçando suas tropas e levando à invasão do país por ingleses, americanos e russos. esse foi o começo do fim, que teve como desfecho o suicídio do ditador e o colapso total do nazismo.
Mesmo morto e com o peso de milhões de outros mortos sobre suas costas, além de uma situação consideravelmente pior para a Alemanha, as rádios do país ecoavam um canto de louvor e homenagem à figura de Hitler até que as tropas invasoras as fechassem. Ainda hoje, depois do horror do monstro representado pela figura do ditador, ainda há milhares de jovens e algumas dezenas de grupos que ainda o veneram e creem em seus mesmos ideais. Seu fascínio ainda se faz vivo! Algo apavorante, algo tragicamente inaceitável, inexplicável...

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