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6 de nov. de 2010

Reflexões sobre o sentido da vida

No profundo de nosso ser existe um oceano... lá encontramos o verdadeiro caminho para o sentido da vida

"Nestes momentos de extases filosóficos a quimera que sempre escancara a porta de minha alma é justamente aquela que vem me dar aulas e brincar de adivinhações sobre o sentido da vida. Quando percebo, estou navegando em um oceano calmo e solitário, onde sempre tenho, ainda que sob perspectivas variadas e acréscimos, a mesma impressão de sempre. Na verdade, a tal é uma essência que clama para não ser suprimida pelo caos do mundo que me cerca."


Às vezes fico a pensar na vida e suas tão pulsantes e intrigantes questões e, em pouco tempo, absorto dentro de meus próprios elos de existência, vejo-me diante de dilemas ainda mais profundos... eles se esboçam como laços e sempre me prendem em percepções ou ligam-me a fatos e convicções que nunca sequer tinha me atido, revelando o novo diante de meus olhos ou descartando o desnecessário.
Nestes momentos de extases filosóficos a quimera que sempre escancara a porta de minha alma é justamente aquela que vem me dar aulas e brincar de adivinhações sobre o sentido da vida. Quando percebo, estou navegando em um oceano calmo e solitário, onde sempre tenho, ainda que sob perspectivas variadas e acréscimos, a mesma impressão de sempre. Na verdade, a tal é uma essência que clama para não ser suprimida pelo caos do mundo que me cerca.
No oceano, navegando em lugar nenhum para não sei onde, vejo que o sentido da vida está não em mim mesmo, mas na percepção e existência daqueles que estão à minha volta. Creio que estar sozinho com o intuito de navegar no vazio tão cheio das ideias é um momento onde se alcança um sentido de incompletude, algo tão necessário para ofuscar os apelos da tecnologia e do consumo, que pregam a maligna e suposta verdade incontestável de que o que possuímos nos faz ser quem somos.
Não me canso de dizer para mim mesmo que preciso do outro. Isso é um exercício diário e um clamor constante em minhas orações, já que não quero ser engolido por aquela parte dentro de mim que é tão cinzenta e sorrateira, que busca insandecidamente uma brecha para subir no pedestal de meu ego e gritar para o mundo que não precisa de ninguém.
É loucura pensar que somos donos de nossas vidas. Fato que tem sido negado pela grande maioria é que pertencemos uns aos outros. Deveríamos viver nossa vida agindo e reagindo pelo cuidado com nossos semelhantes. Isso é difícil de se fazer mas, quando se expande em uma estrutura, é capaz de fazer verdadeiros milagres. 
Se nos importássemos de verdade em fazer da nossa vida um dos esteios da felicidade daqueles que nos cercam, seríemos muito mais realizados, pois, por mais difícil que seja de se acreditar, a felicidade se encontra no elo além do eu, eu mesmo. 
Ah! Como seríamos mais felizes se nos esforçássemos para compreender a dor do outro, assim saberíamos reagir ao nosso próprio sofrimento; se não quiséssemos sempre ter razão seríamos muito mais ouvidos e convidados a dar conselhos; se falássemos menos e ouvíssemos mais, nos arrependeríamos menos de coisas tão horríveis que fomos capazes de pronunciar; se amássemos mais, colheríamos muito mais amor... Por tudo isso, nunca se esqueça de que sua vida não é algo individual, pois a noção que temos de pertencimento sobre ela é absurda. Na verdade, só alcançamos o real pertencimento daquilo que conseguimos ceder em entrega. Se você quer ser o dono de si de forma virtuosa, entregue seus talentos, seu tempo, sua generosidade, seu amor... tenho certeza de que não se arrependerá.

Escrito por Edward de A. Campanário Neto 

2 comentários:

Anônimo disse...

"se falássemos menos e ouvíssemos mais, nos arrependeríamos menos de coisas tão horríveis que fomos capazes de pronunciar; se amássemos mais, colheríamos muito mais amor... Por tudo isso, nunca se esqueça de que sua vida não é algo individual, pois a noção que temos de pertencimento sobre ela é absurda. Na verdade, só alcançamos o real pertencimento daquilo que conseguimos ceder em entrega". Lindo demais isso, conseguiremos viver esta realidade um dia? Não sei... Mas só o fato de sonhá-la faz a vida ganhar mais sentido. Obrigada pelo esmero das palavras dá gosto de ler. Depois vou ler os outros posts!

Edward de A. Campanário Neto disse...

Esta realidade parece um pouco opaca, mas a crença em sua existência é o que ainda move e sustenta a vida.
Não consigo crer na existência de um mundo (des)governado pelo do acaso do universo. Há uma essência que rege este universo como uma orquestra.
É evidente que tenho muitas perguntas e até algumas respostas, mas, quando elas se acabam, olho para a resposta definitiva para o tudo e o nada: Deus!