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20 de out. de 2010

Se intensificam os protestos na França contra reformas

Vejam, direto do G1, as repercussões da luta do povo francês contra o governo de direita de Sarkozy:

Bombeiros tentam apagar fogo perto da entrada do depósito de combustível SFDM, próximo a Nantes, nesta quarta-feira (20) 


O Ministério do Interior da França informou que a polícia desbloqueou, na madrugada desta quarta-feira (20), três grandes refinarias cujos acessos estavam fechados por manifestantes que protestam contra a reforma da Previdência. “Durante a noite, foram desbloqueados três depósitos de combustível: La Rochelle, Donge e Le Mans”, disse o ministro Brice Hortefeux.
De acordo com o ministro do Interior, “com o desbloqueio já é possível fazer a distribuição de milhões de litros e frear a escassez de combustível”.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou nesta quarta-feira que ordenou o desbloqueio de todos os depósitos de combustível, ocupados como parte do protestos contra a reforma da aposentadoria.
"Para milhões de nossos compatriotas, os transportes constituem uma questão vital. Se trata de uma liberdade fundamental. Durante os últimos dias, a vida cotidiana de muitos franceses se viu perturbada por problemas de abastecimento que afetaram parte dos postos", declarou Sarkozy durante o Conselho de Ministros.
O presidente Nicolas Sarkozy, que propôs a impopular reforma das pensões, anunciou que ordenou o desbloqueio de todos os depósitos de combustível.
"Para milhões de nossos compatriotas, os transportes constituem uma questão vital. Se trata de uma liberdade fundamental. Durante os últimos dias, a vida cotidiana de muitos franceses se viu perturbada por problemas de abastecimento que afetaram parte dos postos", declarou Sarkozy durante o Conselho de Ministros.
A greve das 12 refinarias da França e o bloqueio de cerca de 20 dos 210 depósitos de combustível afetaram 4.000 dos 12.500 postos de gasolina do país, segundo estimativa do ministro da Energia, Jean Louis Borloo.
Hortefeux considerou “inaceitáveis” e “irresponsáveis” as ações dos manifestantes nas entradas dos complexos de abastecimento de combustível. Ele disse ainda que 1.423 pessoas foram detidas em uma semana no país.
Ao mesmo tempo em que o ministro do Interior anunciava o desbloqueio de três importantes refinarias, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) informava o fechamento dos acessos ao depósito de combustíveis de Port de Bouc, nos arredores de Marselha, que abastece Nice, Marselha e Lyon, além de algumas bases aéreas.
Os protestos contra a reforma previdenciária continuam crescendo. Na madrugada desta quarta, grevistas bloquearam o tráfico no túnel de Saint Charles, junto à Estação Saint Charles.
Centenas de pessoas também bloquearam os acessos aos aeroportos de Toulouse e Nantes. O Aeroporto de Orly não está fechado, porém, registra atrasos em 30 voos.
Os trens circulam em intervalos maiores e a SNFC, embora informasse que 30% de seus funcionários não estão trabalhando, planeja operar com dois terços da frota.
A CGT disse que cerca de 3,5 milhões de pessoas em todo o país participaram na terça-feira (19) do dia nacional de greves e paralisações contra a reforma da aposentadoria, que paralisa o país, interfere nos transportes públicos, provoca confrontos de rua e o temor do desabastecimento de combustíveis. O Ministério do Interior afirma que 1,1 mihão de franceses foram às ruas contra a mudança das regras.
As novas regras que o governo Sarkozy quer passar no Senado ainda nesta semana elevam de 60 para 62 anos a idade em que é possível se aposentar na França, e de 65 para 67 anos a idade em que se ganha direito a aposentadoria integral.
A 18 meses do fim do seu mandato, Sarkozy tem popularidade baixíssima e enfrenta pressão para desistir da reforma, o que ele diz ser impossível.
Os sindicatos pretendem manter a paralisação por tempo indeterminado em alguns setores, como o ferroviário, mas a estatal SNCF previu que parte do serviço, como os trajetos internacionais, funcionaria quase normalmente.
As autoridades da aviação civil preveem transtornos limitados nesta quarta-feira, depois da paralisação de 30% a 50% dos voos de curta distância na terça-feira.

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